7 atitudes que prejudicam o seu negócio

Muita gente costuma pensar nas relações entre contratantes e contratados como aquele tipo de interação de poder: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo” (já publiquei um texto inteirinho sobre isso, vou deixar o link no final desta publicação). Sou completamente contra isso. Nossos clientes sabem. É nosso dever orientá-los, informar quando não estão seguindo um caminho recomendado, expor e debater a discordância e não guardá-la somente para a equipe – é claro que, não chegando a um acordo, vale a orientação do cliente, afinal, a organização dele assina e se responsabiliza em última instância por isso. É nossa responsabilidade fazer isso! No entanto, no dia a dia, algumas ações e atitudes podem prejudicar esse relacionamento que deve ser de confiança e abertura.

Talvez esse escrito contribua não somente com as organizações, mas também com outros tantos profissionais de comunicação que não têm abertura para expor o que coloco aqui (não falo por todos, não poderia generalizar). Como mencionei anteriormente, nossos clientes sabem. Nossos clientes sabem o quanto sou favorável à transparência e o quanto me sinto responsável por falar o que penso quando isso vai (ou deve) impactar nos resultados (não só financeiros, tenha certeza). A Marcô, entre tantos outros nobres motivos, foi criada para ser fonte de realização. Precisamos de clientes e precisamos de clientes que estejam alinhados com os nossos valores e propósito (e o famoso vice-versa). Sem essa abertura, afirmo que, cedo ou logo mais, haverá insatisfação das duas partes: coletivo e clientes. Não queremos essa realidade. É por isso tudo que me lanço na ousada missão de alertá-los apontando 7, entre outras, atitudes que podem minar negócios.

Venha comigo e acompanhe a minha linha de raciocínio e vivência.

1. Não contratar profissionais e/ou empresas de comunicação e marketing

De forma recorrente, vemos discursos e ações que demonstram que muitos julgam a comunicação como algo tão simples que todo mundo estaria apto a gerenciar, praticar, disseminar, apontar… (também já escrevi um texto sobre isso. Deixarei aqui no final). Não façam isso. Não sejam irresponsáveis com a sua organização, com a sociedade e, de forma mais ampla, com o mundo. Este é um alerta de quem já presenciou uma série de erros (dos mais simples aos mais estarrecedores) e crises que seriam facilmente evitados com o direcionamento prévio de especialistas.

2. Não interagir

Acredito que ninguém goste de relação de via única. Isso acontece também no meio profissional. Vamos fazer uma reflexão rápida: você contratou profissionais e/ou empresa de comunicação e marketing. Ótimo! Já está fazendo este investimento. Ao não interagir, responder ou dar retorno, você estará utilizando de forma equivocada o seu próprio investimento. Atitudes como estas desestimulam os profissionais, travam processos e crescimento, diminuem a produtividade, minimizam metas e impedem a solidificação de resultados. É uma conta fácil de ser feita: investimento – interação = desperdício. De dinheiro, de tempo, de trabalho, de gente.

3. Achar que aprovações não fazem parte do seu trabalho

Que os negócios são fervilhantes e o dia a dia é corrido, a gente sabe. Você já trabalhou em uma agência de comunicação? Poucos trabalhos requerem tanta agilidade, resoluções, contatos diários, inteligência emocional, entrega, “estar bem”, visão sistêmica, observação, efetividade… (eu poderia escrever uma página). Então, sim, eu entendo o que são dias corridos, agenda cheia, decisões importantes a serem tomadas e grandes responsabilidades. Por que essa introdução toda? Porque esse combo é uma das costumeiras justificativas para não se aprovar o trabalho que é feito pela equipe de comunicação. E isso rola durante dias, semanas, meses. Fica ali na mesma linha do “Não interagir”. E por que essas justificativas acontecem? Porque facilmente empresários e gestores não internalizam que a aprovação (ou pedido de refação – fazer de novo – com embasamento) faz parte do seu próprio trabalho. Sim! Penso ser seguro, ainda que nós sejamos profissionais habilitados para trabalhar com comunicação e, digo mais, experientes e bons naquilo que nos propomos a fazer (se você já conhece a Marcô sabe que aqui a gente não só valoriza as outras pessoas, como a nós mesmos), vejo como de suma importância essa aprovação pelos motivos já expostos lá no topo do texto: em última instância, quem responde pela organização, seus acertos ou erros, é o gestor, empresário, presidente, enfim. Voltando, somos ótimos no que fazemos por alguns motivos e também justamente por não fazermos sozinhos e não termos a prepotência de achar que entendemos mais do negócio do que quem vivencia aquilo no cotidiano e se especializou para estar ali. Sim, o que serve para os outros, serve para a gente também: respeitamos formações, experiências, áreas profissionais, conhecimento. Nosso negócio é comunicar e isso posso afirmar que sabemos fazer e fazemos com alguns diferenciais.

4. Ordenar sem argumentar

Esse é um item que me incomoda tanto! Quem convive profissionalmente comigo sabe que eu busco argumentar, explicar, orientar, ensinar, aprender, trocar, indicar caminhos. Certo! Às vezes, em meio à correria exposta mais acima, esse caminho fica a dever e é por isso mesmo que se faz necessário dar abertura a questionamentos e diálogos. Não se iluda: o consenso não é o mais importante e ele nem sempre acontece (como eu gosto de contrapontos! É… Geralmente, eu sou essa pessoa que enxerga muitos pontos de forma diferente dos demais). Relevante mesmo é essa estrada tecida pelo espaço compartilhado.

5. Não passar todas as informações possíveis

A informação certamente é um dos requisitos básicos para se fazer uma boa comunicação. Sem ela, nada feito. Nada feito de eficaz, de impactante, de diferente, de certo, de estratégico. Informação é o mínimo que o contratante deve fornecer a seu próprio favor (e aqui entenda: “seu próprio favor” inclui, e muito, informações que podem prejudicar o seu negócio). Então, o único caminho perspicaz é abrir dados e informações com a transparência de quem quer uma comunicação assertiva e não quer ser pego por crises evitáveis.

6. Fazer solicitações e não oferecer prazos adequados

Primeiro ponto: acordar prazos gerais logo no início da relação é primordial. Assim, de forma clara, sabe-se o risco corrido a deixar para hoje o que era para ter sido solicitado ou feito ontem. Segundo ponto: poucos contratos prevêem exclusividade de equipe. Isso faz uma diferença gigantesca, afinal, disponibilizar uma equipe inteira de forma exclusiva requer altos (e bem investidos) custos. É por causa dessa não exclusividade que a contratação de agências (inclui o nosso coletivo aqui) gera investimentos mais baixos do que se montar um setor com todos os profissionais disponibilizados pelas empresas de comunicação. Terceiro ponto: contumazmente, as solicitações sem prazos adequados carregam um quantitativo de demandas não previstas e acordadas, sobrecarregando as equipes (corda esticada demais, uma hora arrebenta. Já ouviu isso?). Quarto ponto: prazo viável, ideias melhores, soluções melhores, produtos melhores, desdobramentos melhores, relações melhores. Resumindo: é melhor! Acolha verdadeiramente quando o profissional diz, principalmente, com antecedência, que precisa de um período de tempo maior. Geralmente, este é o tipo de profissional que costuma cumprir prazos e quer realizar boas entregas. Poucos(as) têm coragem e abertura para isso. Não se engane: ainda que o pedido seja atendido dentro do curto espaço de tempo, a exigência arranhou o que poderia ser feito, a relação e/ou o brilho nos olhos. É óbvio que há situações e necessidades que imprimem o senso de urgência e nós sabemos avaliar isso.

7. Não confiar/valorizar

Enfim, chegamos ao último item, entre tantos existentes, que elenquei para este texto pelo qual estou apaixonada. Poderia ser o primeiro e único! Sim, todo o resto deriva deste número 7 (só que eu não perderia a oportunidade de detalhar e debater um por um, né?!). Eu poderia dizer até que é místico (e não planejei isso). Diz-se que o 7 representa a perfeita integração, a totalidade, a vontade e o triunfo. Todos os demais passos indicados acima, bem como atitudes a se evitar, poderiam ser guiados por este item: confiança e valorização. Antes mesmo da contratação de profissionais e/ou empresas de comunicação, faz-se essencial confiar e valorizar essas pessoas (veja: pessoas! No final das contas, são sempre pessoas). Não indico (como já o fiz na vida real, cara a cara, de forma franca) a contratação sem isso. É crucial! Não adianta contratar equipe de comunicação se você não estiver preparado para isso. É necessário ser genuíno. Você precisa estar aberto. Não siga apenas a crença do “resto do mundo” de que será bom para os seus negócios ter profissionais de comunicação. Repito: você precisa acreditar nisso, confiar e valorizar essas pessoas. A partir daí, todo o desenrolar se torna muito mais frutífero.

Obrigada por ter chegado até aqui. Acredito mesmo que trocas atrevidas e ricas como esta podem melhorar as relações de trabalho, as organizações e o mundo!

Andrea Marnine
Relações Públicas com MBA em 
Gestão de Pessoas e em Marketing Estratégico
Idealizadora da Marcô Coletivo de Comunicação

 

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