Em terra de fake news, quem se informa é rei

Muito se fala, propaga, compartilha e acredita. Em época de redes sociais, a informação circulada nos grupos de Whatsapp, associada às postagens nos perfis de Facebook e Instagram, para muitas pessoas, é suficientemente verdadeira para dar crédito àquilo que se leu.

Difícil realmente acreditar que x chefe enviaria uma notícia falsa no grupo da empresa, onde elx é responsável pela comunicação da unidade. Portanto, “posso e devo compartilhar aquilo como verdade total e absoluta”. Mesmo não sendo.

Há as fake news de todos os temas e gostos. Atentados, doenças incuráveis, comida que “dá câncer”, queridinho e vilão da dieta, novos radares espalhados pela cidade, famoso que traiu a namorada, político idôneo, brasileiro adulto que nunca cometeu um ato de corrupção – tema esse em alta nos últimos tempos, haja visto o abismo político-partidário que fomos obrigados a escolher. Muita gente sem embasamento só recorre às justificativas de corrupção ou não. Vale lembrar que corrupção é também usar carteira de estudante falsa, estacionar em vaga de idoso, deficiente ou gestante, pedir para o filho guardar lugar na fila do mercado enquanto vai pegar o quilo de açúcar que esqueceu e até assistir a filmes online que não estejam em plataformas oficiais para tal. E isso, definitivamente, não é fake news.

Em tempos em que a comunicação se dá de forma rápida, praticamente instantânea, é preocupante a maneira como as informações são passadas. Na verdade, atropeladas. A primazia pela qualidade extinguiu-se quando a competição pela velocidade foi implicitamente imposta. Porém, a solução também não é deletar ou ignorar as informações recebidas. Há sites creditados e confiáveis, os bons e velhos jornais impressos e televisivos e os programas de rádio. Todos esses com equipes qualificadas para transmitir informações apuradas. Ainda que alguns veículos sejam tendenciosos, cabe a você, leitor(x), telespectador(x) e ouvinte, filtrar as opiniões de cada um deles.

A comunicação se dá não apenas nas expressões que x tix do pré ensinou (bom dia, com licença, me desculpe e obrigadx!), mas em como cada pessoa lida com as informações do dia a dia. O Velho Guerreiro, Chacrinha, dizia que “quem não se comunica se trumbica”. E ele estava certo. Emudecer perante ao caos não é solução. Muito menos em uma época em que se ter voz nunca foi tão importante. Mais que isso, é a época em que a democracia mostra para que veio e grita aos quatro ventos que precisa continuar viva. E isso só acontece porque temos o poder da comunicação em nossas mãos. Cabe exclusivamente a nós usarmos com cautela e corretamente. Fiquemos atentos. Sejamos reis!

 

Maiana Marques
Jornalista e fotógrafa