Ensaio sobre crescer na crise

Empreender nunca foi um sonho. Contra todas as boas regras dos negócios, também não houve um planejamento bem estruturado, nem análise aprofundada de mercado, tão pouco elaboração de plano de negócios. Contra as regras, mas não contra a realidade. Quantos negócios vemos nascendo dessa forma? Ou por oportunidade de mercado, ou por necessidade do desemprego, ou ainda, por saturação pessoal do modelo imposto chefe-empregado.

Para a sobrevivência organizacional, há decisões e estratégias que precisam ser acertadas e aqui vai uma dica valiosa: esqueça o modelo mental que lhe diz que seus “concorrentes” são inimigos; veja-os como parceiros, otimizando as relações, os custos e a rede de prospecção de clientes. Essa atitude e a percepção ajustada dos novos arranjos de mercado, que já vêm se desenhando nos últimos anos, firmam as bases para se crescer na crise!

 

Campanha Amor em Números para o Hospital Aristides Maltez, em 2018, com a João de Barros Filmes, nossa parceira até hoje. Foto: Uellington Costa

 

Empreender é arte coletiva e solitária. Algumas pessoas são essenciais, diversas mãos se unem, muitas cabeças se conectam, mas as decisões cruciais são de quem norteia todo o caminho a ser trilhado. São apenas do empreendedor. A responsabilidade final é sua. Ninguém que não esteja nesta mesma posição conhecerá todos os detalhes e dificuldades. É compreender a necessidade de parar da equipe, o final de semana, a sobrecarga, o sair do eixo, a perda de foco, o viver uma quarentena pela primeira vez, a ansiedade, o medo, o isolamento… de todos e se manter firme porque não há chance para você passar por isso também. Você é o norte, lembra?! Não tem uma posição fácil nesse tabuleiro. É incentivar, se manter motivado, esperançar, demonstrar preocupação na medida certa para não desandar, cobrar e entender, caminhar e pausar, planejar e executar: tudo ao mesmo tempo e sempre. É perder clientes e estacionar negociações avançadas. É enxergar novas oportunidades, criar novos conhecimentos, instruir (e aprender) novos saberes. É conquistar recentes clientes, pensar serviços condizentes com a temporalidade (será?), adaptar-se a um tal “novo normal” (o que poderia ser normal dentro de tudo isso?). Empreender não espera.

 

Parte da nossa equipe na Vivência Marcante sobre liderança, respeito e comunicação interna em janeiro de 2020. Foto: David Guirra

 

Empreender em comunicação, então, é ter um milhão de demandas, contatos falando com você, equipe te solicitando, impostos a pagar (inclusive aqueles que foram postergados e que logo estarão batendo à sua porta) e, de repente, vem a vontade de escrever esse texto para externar todo esse case, que ainda não é de sucesso, afinal, nem chegamos no pico desse gráfico de pandemia – isso mesmo, é um case inacabado. É passar pelo turbilhão, mas não trocar isso por uma CLT. É agradecer por esse passo que você acha que não foi um sonho, mas que estava desenhado para você em tudo que você viveu até chegar aqui.

 

Andrea Marnine
Relações Públicas com MBA em 
Gestão de Pessoas e em Marketing Estratégico
Idealizadora da Marcô Coletivo de Comunicação

 

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